Mirtazapina na depressão do idoso
Ricardo Martins Ouchi


A mirtazapina é uma excelente opção no transtorno depressivo/ansioso do idoso, lógico não em todos os casos.
O idoso tende a emagrecer rápido dentro de um quadro orgânico ou psiquiátrico.
A mirtazapina tem, para estes casos, a vantagem de ter efeito anti-histamínico que causa sono e aumenta apetite. Isto em quadros depressivos ansiosos com insônia e perda de apetite é excelente. Ajuda na recuperação de peso e clínica.
A mirtzapina tem uma ação serotoninérgica diferente dos outros antidepressivos, não sendo por inibição da bomba de recaptação da serotonina e sim por antagonismo/bloqueio de receptor alfa 2.
Isso dá a mirtzapina a ação antidepressiva mais rápida do mercado.
Também seu efeito antagonista/bloqueador do receptor 5HT3 leva a melhora de náuseas, o que de certa forma anula o efeito indesejado de náuseas que o aumento da transmissão serotonérgica levaria nos primeiros dias de adaptação à introdução de um antidepressivo.
Sua ação antagonista/bloqueadora de receptor 5HT2A e 5HT2C contribuiu para estimulação da atividade dopaminérgica e noradrenérgica levando a melhora de sintomas depressivos e cognitivos, tão importantes nos idosos.
Usamos de 15 a 45 mg. Em idosos costumo entrar com 7,5mg, pois idosos são metabolizadores mais lentos, aonde a redução de metabolização do fígado deixa a duração da medicação mais longa e mais sujeita a efeitos colaterais iniciais. Já vi muitos rebaixarem com 15mg na introdução, sendo 7,5mg mais seguro.
Em idosos, cuidado especial à risco de hipotensão e sedação, mas subindo lentamente as doses, no geral a miratzapina é bem tolerada.
Alguns idosos podem ter problemas de função renal e assim como em problemas de função hepática as doses devem ser diminuídas.
Enfim, é uma excelente opção, tendo pouca interação medicamentosa (sempre checar as interações como segurança), sendo para muitos idosos umas das primeiras escolhas.