Fazendo o máximo com o mínimo
Ricardo Martins Ouchi


Na aplicação da psicofarmacologia na prática clínica é comum termos uma certa ansiedade de obter resultados que nos levam a tomar decisões nem sempre fundamentadas, muitas vezes atropelando as etapas básicas.
Não podemos esquecer que se na construção civil não podemos deixar de investir nas bases estruturais, só depois levantando com segurança as lajes, andar por andar, também na medicina/psiquiatria/psicologia e na psicofarmacologia não é diferente. Atropelar esse método pode ser extremamente maléfico ao tratamento de nossos pacientes.
Valorizando e procurando não errar no básico podemos obter excelentes resultados, mesmo em casos graves e complexos. O máximo pode ser obtido valorizando o mínimo. Um exemplo disto é o check list a ser sempre verificado quando o paciente não está melhorando:
1. falta de adesão ao tratamento com irregularidade da tomada das medicações;
2. comorbidades psiquiátricas e/ou clínicas que possam estar agravando ou “causando” os sintomas;
3. necessidade de ajuste de dose;
4. qualidade da medicação;
5. interações medicamentosas;
6. falta de adesão à medidas terapêuticas não medicamentosas como psicoterapia, cuidado com a preparação para o sono, alimentação, exercícios físicos etc;
7. efeito colateral de psicofármaco ou de outra medicação clínica que possa estar agravando o quadro psíquico ou mesmo “causando” o quadro;
8. erro de diagnóstico
Uma boa prática é necessária para bons resultados. Sempre seguir uma lógica, fazendo raciocínio clínico estruturado, integrado e hierarquizado, questionando sempre as vantagens e desvantagens de cada decisão.