Adesão ao Tratamento
Ricardo Martins Ouchi


É muito importante que os pacientes entendam sobre a importância da adesão ao tratamento e que os psicofármacos só agem adequadamente pelo uso contínuo sem falhas.
Ademais, deixar de usar 1 ou 2 vezes ao mês pode fazer grande diferença em termos de resultados e perda de eficácia.
É de suma importância que se busque ao máximo disciplina ao tomar os psicofármacos, pois os resultados ocorrem pelo uso contínuo a médio e longo prazo.
O médico e psicólogo precisam não só orientar, mas ativamente questionar sobre a adesão.
Muitas vezes o paciente não está melhorando ou está com melhora parcial devido a má adesão ao tratamento.
Portanto, tomar as medicações em seus horários regulares também é de suma importância para aumentar a chance de bons resultados, na melhora dos sintomas alvo e na eficácia do tratamento em si.
Em alguns casos pedimos para que um parente supervisione a tomada não só pelo risco, em alguns casos, de ideação suicida, mas também para se certificar da adesão.
É necessário ter foco em se desenvolver estratégias para melhorar a adesão. Trabalho multidisciplinar entre médico e psicólogo é imprescindível. Compartilhar informações com paciente e psicólogo é essencial. Trabalho integrado trará melhores resultados.
Quando um paciente não está melhorando como esperado pensa-se em algumas possibilidades, mas uma das principais é adesão. Outras são:
1. comorbidades (sobreposição de doenças) psiquiátricas e/ou clínicas que possam estar agravando ou “causando” os sintomas;
2. necessidade de ajuste de dose;
3. interações medicamentosas;
4. falta de adesão à medidas terapêuticas não medicamentosas como psicoterapia, atividades físicas, melhora na dieta, cuidados com a espiritualidade, higiene do sono etc;
5. efeito colateral de psicofármaco ou medicação clínica que possa estar agrando o quadro psíquico ou mesmo “causando” o quadro;
6. erro de diagnóstico
7. remoção ou distanciamento de obstáculos a cura;
8. uso de álcool, tabaco e outras substâncias que aceleram o metabolismo do fígado, amentam a velocidade de metabolização da medicações e reduzem eficácia da medicação.